Senhoras e senhores, temos o orgulho de apresentar.... A resenha de hoje!
Olá, amorecos. Como vocês estão? Espero que bem.
Hoje a resenha ta uma delicia de boa. Sério. Quem me acompanha no instagram e no twitter sabe que eu morri de amores essa semana por um livro especial.Mas também, não tinha como ser diferente. Mas vamos deixar de mistério. A resenha de hoje é sobre O Livro dos Vilões.
Organizado da
mesma forma que O livro das princesas – também com o esquema de dois populares
autores nacionais, e dois nomes famosos do exterior – O livro dos vilões reúne
estes autores para uma coletânea de contos sobre vilões icônicos dos contos de
fadas. As irmãs de Cinderela? Malévola? Madrastas e lobos? Carina Rissi, Cecily
Von Ziegesar, Diana Peterfreund e Fábio Yabu estão aqui com a mensagem: este
não é um livro tão bonzinho quanto o seu antecessor.
Todo mundo já ouviu falar de contos de fadas. Essa historinhas que nos contavam na hora de dormir, hoje em dia estão em alta. Já rendeu séries, filmes, e bota filmes nisso, e agora mais livros. E esse livro em especial de uma forma totalmente diferente.
A gente sabe que toda história tem vários lados. Tem o lado do narrador, do vilão, do mocinho e do leitor. E, como todo mundo sabe, sempre tem uns detalhes a mais ou a menos em um desses lados.
Infelizmente, toda a nossa vida essas histórias foram contadas da mesma forma. O vilão era malvado e merecia sofrer, a mocinha era boazinha e tinha que se casar com o príncipe, aquele sonso que só aparecia no final pra dizer que salvou a princesa, mas a gente sabe que não.
O livro dos vilões é diferente.
As histórias são contadas pelo ponto de vista daquele que sempre acreditamos serem os vilões. Mas apenas se tratam de anti-heróis, incompreendidos e julgados sua vida toda.
Além dessa perspectiva diferente, os contos são escritos por autores adorados. Cecily Von Ziegesar assina #Stepsisters, uma releitura de Cinderela. Ela é a autora de Gossip Girl, e eu nem preciso falar muito sobre isso porque acredito que todos vocês já conheçam,se não os livros, essa série.
Carina Rissi dá as caras em Menina Veneno, Branca de Neve, e nos delicia com seu jeitinho brasileiro e seu humor característico. Eu sou totalmente apaixonada pela Carina e vocês já sabem bem disso. A resenha de Perdida ta aqui e não me deixa mentir.
Quanto mais afiado o espinho é contado por Diana Peterfreund. Eu confesso que não conhecia a autora, mas o conto dela, onde ela faz uma releitura de Bela Adormecida é super bacana. Vamos deixar pra falar dele mais tarde.
E quem fecha com chave de ouro é Fábio Yabu, outro brasileiro que nos conta de uma forma bem poética a história do Lobo Mau, que de mau só tem nome. No fundo ele sofre bastante e nunca fez mal a ninguém.
Mas vamos falar do essencial, os contos!
#Stepsister é bem atual, falando sobre a nossa nova relação com celulares e redes sociais e como isso acompanha as nossas antigas paixões, como por exemplo os sapatos. Que as meias irmãs da Cinderela exploram a pobre garota a gente já sabia. Mas o que ninguém nunca disse é que a Cindy na verdade nem ligava, de tão sonsa que era. Só não sei de onde é que tiraram que a Cindy era uma boa pessoa.
Menina Veneno é meu amorzinho nesse livro. Malvina é uma modelo, bela e jovem que tem que cuidar de Bianca Neves, a filha do seu falecido marido. Mas quem pensa que Malvina é apenas obcecada com a beleza está muito enganado. Ela na verdade já sofreu muito nessa vida e nunca fez mal nenhum na Bianca. Pelo contrário, atura a garota irritante sem dizer um a. Ah, irritante sim. Bianca é chata e egoísta e seus sete amigos sabem muito bem disso.
Em Quanto mais afiado o espinho conhecemos a história de Malena, uma jovem garota que é conhecida por ser filha de uma bruxa. Mas Malena não tem nada de bruxa. Ela nem queria ser uma, pra falar a verdade. Com isso, ela tenta se enturma com as outras garotas de sua idade, fingindo ser nova na cidade. Mas a pequena bruxinha não sabia que na verdade as grandes vilãs da história era quem ela chamava de amigas, aquelas que queriam ser fadas. Esse conto traz uma reflexão sobre a juventude e suas inconsequências. Bem parecido com Meninas Malvadas e Pretty Little Liars, onde os segredos reinam e as mentiras são espalhadas como verdade.
Mas o que eu mais gostei foi A Menina e o Lobo. Contado de forma diferente, com um narrador nada de observador e algumas reportagens no meio, conhecemos a história do pobre lobo mau, que todos os dias era julgado e cortado, torturado sem nunca experimentar a paz de morrer. Ali, no Reino Encantado,as histórias se repetiam sempre do mesmo jeito e o Narrador era o responsável por isso. Ele quem dava e tirava a voz, quem ditava o que acontecia e fazia com que tudo permanecesse o mesmo. Nada escapava de sua vigilância. A não ser aquilo que acontecia durante o ponto cego.
Os contos são curtinhos, o maior é o da Carina que tem por volta umas cem páginas. As histórias são bem fáceis de ler e se envolver. Confesso que o primeiro conto não me encantou muito. Mas ele até que é rápido e não desmotiva a leitura dos outros. O bom humor, e a vaidade, da Malvina é palpável. O sofrimento de Malena nos comove. E o Lobo,além de também nos comover, nos chama atenção para algo que nunca antes pensamos.
Seja como for, o livro gira em torno de como nos convencemos rapidamente. Ouvimos uma só história, com apenas um lado e decidimos quem era errado e quem estava certo. Mas não paramos para pensar que todos tem seu lado bom e mau. Todos tem dias bons e dias que nem tanto assim. Somos forçados admitir que erramos no nosso julgamento precipitado e que aqueles que tanto odiamos também erraram. Mas isso não faz ninguém mau.
Esse é um daqueles livros que devemos ler e depois refletir.
E eu amo livros assim.
Gosto dessa temática infantil que serve apenas de disfarce para questões mais profundas. Gosto de histórias que nos fazem pensar e mudar de opinião. E realmente amo releituras de contos de fadas, onde tudo é novo e nossa infância é destruída.
Minha dica é: leia este livro o mais rápido possível. Além de delicioso, ele ainda vai mudar todo o seu modo de pensar.
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