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Bem Antes do Começo

Publicado em terça-feira, 16 de agosto de 2016




Existem histórias que não tem um fim, mas todas tem um começo.

Até mesmo a história da escrita de um escritor.

Você começa pelo tédio, ou pela obrigação. Quase sempre a primeira frase é “era uma vez”. Ninguém é muito criativo quando começa. Depois vamos para “num dia ensolarado” ou “numa semana chuvosa”. O tempo e clima começam a regir as nossas histórias.



Os personagens são nossos vizinhos, amigos, colegas de escola.

A garota enjoada da classe acima da sua vira a bruxa.

O garoto bonito da outra sala é o príncipe.

A fada madrinha às vezes é sua amiga, às vezes seu pai ou mãe. Esse aqui varia muito.

O dragão é sempre um fator. A distância. A timidez. O medo. A inocência.
E no final, todos sempre são felizes para sempre.

Como eu disse, sempre há um começo e eles, quase sempre, são parecidos.
Conforme você começa a gostar da brincadeira de juntar palavras, as coisas começam a evoluir. 

Agora você inicia uma história no meio de uma frase, no meio de uma cena. Dependendo do seu humor, é narrado do presente para o passado. Se você se sentir bastante criativo, do futuro para o presente.

É hora de evoluir.


Para saber escrever bem, antes tem que se conhecer a própria escrita.

É como se fossemos adolescente. De repente, nos vemos naquele processo em que corremos atrás da nossa identidade. Prefiro livros ou baladas? Estudar ou andar de skate? Gosto dos dois ou de nenhum? Rosa ou preto? Jeans ou vestido? Menino ou menina? Liso ou enrolado?

Mas agora é sobre a nossa escrita.

Terror ou romance? Sarcasmo ou objetivismo? Clichê ou não clichê? Distopia? Utopia! Policial?! Suspense... Casal comum?... Casal diferente! Fantasia. Realidade. Futurista? Ficção.

Antes de começar a nos intitular escritores, temos que conhecermos nossa escrita.

Ela é mais detalhista ou vai direto ao ponto?

Gosto de diálogos ou prefiro descrições?

Será que me darei bem com ficções ou devo escrever algo voltado ao meu cotidiano?


Às vezes as escolhas nem se tratam de um ou outro. Às vezes é nenhum. Outra é ambos.


O que eu quero dizer é que devemos conhecer a nossa escrita, nossos pontos fracos e fortes. Aquilo que gostamos e aquilo que nos saímos melhor.


Eu amo diálogos. Mas me saio melhor em descrições.
Gosto do cotidiano, mas minhas histórias sempre tem um pé ou o corpo todo na ficção.


Para sermos escritores melhores, antes temos que nos conhecer. Saber no que nos saímos melhor, qual a nossa zona de conforto e no que somos terríveis.

Temos que saber o que podemos ou não fazer.

Conhecer nossos limites



Para então quebrá-los.



Há um antigo pensamento grego que ainda hoje a filosofia gosta de repetir. "Conhece-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo."


A partir disso, eu lhes digo: Conhece a tua escrita e o teu modo de pensar e conhecerás todos os limites que terás que quebrar.


Permita-se conhecer.

Um bom escritor não é aquele que vive de seus livros. Muito menos o que não sai da mídia.

Um bom escritor é aquele que conhece seus limites e sua escrita. Que se conhece.

Um excepcional escritor é aquele que vai além de seus limites e transforma sua escrita. Que se reinventa.

Hoje eu te convido a se conhecer.


Pegue as suas ultimas histórias, poesias, crônicas, contos. Se ainda os tiver, junte com as primeiras frases que seus dedos ousou escrever. Compare-as.

Você verá que já trilhou um caminho longo. Talvez se lembre de como isso aconteceu, qual foi o seu pontapé inicial e como a sua escrita se transformou de brincadeira à sonho.

Isso te servirá como inspiração.


Ainda há um caminho muito maior pela frente, quando a sua escrita se tornará profissional.

Mude.
Transforme.

Ouse.
Reinvente.


Mas não perca a sua essência, o prazer, o combustível. Enfim, aquilo que te impulsiona a escrever.

Um comentário:

  1. Diante de um trabalho que considero enriquecedor para nossa blogosfera, venho agora lhe contar uma novidade: Acabo de indicar seu blog ao Prêmio Dardos – Agosto 2016. Confira no blog sua indicação.
    http://www.atraentemente.com.br/2016/08/premio-dardos-agosto-2016.html

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