Olá amoras! Como vocês estão? Eu estou muito bem, obrigada. Hoje é segunda e, como vocês sabem, segunda é dia de resenha.
Antes de introduzir o livro que vamos resenhar, preciso compartilhar algo com vocês. Um dos primeiros autores que gostei foi o Tio Nick, conhecido pelos leigos como Nicholas Sparks. Eu era totalmente fanática por ele e as histórias que ele escrevia. Tanto que o primeiro livro que comprei foi dele.
Porém, entretanto, todavia, contudo, isso mudou.
Não que eu o odeie agora, mas deixei de idolatrado. Na verdade, quanto mais o tempo passa menos eu gosto das histórias dele. Para mim, são apenas clichês atrás de clichês e eu mal me surpreendo com o enredo.
Mesmo assim, eu decidi ler um livro dele essa semana. Escolhei A Última Música por ser um dos filmes que mais gosto.
Vamos lá então?
Não é segredo para ninguém que eu tenho uma leve queda por Romance. Okay. Eu tenho um verdadeiro tombo por romances. Mas o que posso fazer se me derreto toda por uma boa história onde o amor reina no final. Sou uma romântica incorrigível sim, muito obrigada.
Mas isso não significa que vou amar todas as histórias assim.
Já amei e muito as histórias do Tio Nick. Já fui de chorar a noite com os livros dele e desejar ardentemente ser protagonista de uma de suas histórias.
Porém, como acontecem com todos, eu cresci. E o meu "paladar" literário também.
Mas Mila o que diabos é paladar literário?
Simples, meu amiguinho. Sabe quando você come coisas simples e adora, mas acaba descobrindo uma culinária mais sofisticada e certos alimentos, que antes você idolatrava, se tornam apenas isso, alimentos. Costumam dizer que o nosso paladar evolui, a medida que vamos experimentando coisas novas.
Pois bem, eu acredito que isso acontece com tudo na vida. Música, filmes, jogos e etc. E principalmente livros.
Quando você é criança e tem um livro nas mãos, eles tem como enredo uma história simples. Pense em como você conheceu os contos de fadas. Naquela época eram as melhores histórias que alguém poderia contar. Hoje você as acha bobas e sem lógica nenhuma.
E isso porque nosso paladar literário evoluiu.
Isso acontece com todos. Aconteceu comigo.
Eu amava os livros do Tio Nick. Hoje acho eles meio sem lógica nenhuma e mesmo quando tudo da errado, ainda penso que se passa num universo cor de rosa, fácil e simples.
Mas vou parar de tagarelar e resenhar A Última Música.
Título: A Última Música
Autor: Nicholas Sparks
Editora: Novo Conceito
Ano: 2010
Páginas: 400
Sinopse: Aos dezessete anos, Verônica Miller, ou simplesmente Ronnie, vê sua vida virada de cabeça para baixo, quando seus pais se divorciaram e seu pai decide ir morar na praia de Wrightsville, na Carolina do Norte. Três anos depois, ela continua magoada e distante dos pais, particularmente do pai. Entretanto, sua mãe decide que seria melhor para os filhos passarem as férias de verão com ele na Carolina do Norte.
O pai de Ronnie, ex-pianista, vive uma vida tranquila na cidade costeira, absorto na criação de uma obra de arte que será a peça central da igreja local. Ressentida e revoltada, Ronnie rejeita toda e qualquer tentativa de aproximação dele e ameaça voltar para Nova York antes do verão acabar. É quando Ronnie conhece Will, o garoto mais popular da cidade, e conforme vai baixando a guarda começa a apaixonar-se profundamente por ele, abrindo-se para uma nova experiência que lhe proporcionará uma imensa felicidade – e dor – jamais sentida.
Eu ia apresentar um pouco a história para vocês, mas a sinopse já diz e muito sobre isso, então vou passar. Vou apresentar apenas as minhas impressões sobre o livro, ok?
Bom, como qualquer livro do Tio Nick, a história é bastante simples. Ronnie é uma menina jovem que não faz a menor de ideia do que vai acontecer na sua vida daqui para frente. Ela mora com a mãe e o irmão. Seus pais são separados e ela não fala com o pai há três anos. Com essa ruptura, ela também se distancia da música, paixão tanto dela quanto do pai.
Com um enredo bem leve, é coerente que a leitura seja leve. E acredito que para algumas pessoas deve ser sim.
Porém, não foi nada fácil para mim ler este livro. Primeiro porque eu venho fugindo desse livro desde que comprei, na black friday do ano retrasado. E tudo porque eu sabia que iria me decepcionar com esse livro.
Não me leve a mal. A história é bem bacana, os dilemas que a Ronnie passa são de quebrar o coração e nos sentimos mal pela personagem. O romance é bem água com a açúcar e eu me vi desejando-o para mim.
Mas eu não consegui me livrar da sensação de fantasia do livro.
Como eu disse no começo, eu acho as tramas do Nicholas bem fantasiosas e clichês.
Vamos começar pelo fato de que Ronnie é uma típica adolescente rebelde. Ela usa roupas escuras, é mal humorada, briga com os pais o tempo todo e tem hábitos noturnos, como sair para baladas. Me diz que isso não é clichê?
Sim, depois nós descobrimos que ela é bem mais profunda que isso. A relação entre ela e irmão é apenas mais uma prova. Mas precisava estereotipar a menina? Acho que não. E me irrita profundamente quando o Will diz que ela é a garota mais diferente que ele conhece, porque pela minha curta experiência já conheci dezenas de Ronnie.
Okay. Ela é diferente da Ashley. Mas isso porque Ashley é outra personagem esteriotipada. Como vilã, ela é patricinha, rica, loira e não sente pena alguma pelas outras pessoas. Ela quase nem tem qualidades. E, de novo, precisava disso?
Outra coisa que me incomodou foi como os dois se apaixonam. Advinha como. Ele esbarrou nela e acabou derramando o refrigerante que ela segurava na blusa dela. Da pra enumerar flimes e novelas em que já aconteceu isso.
E depois disso eles começam a pensar sobre o incidente. E dá para perceber que sim, os dois começam a se gostar ai.
Eu já esbarrei em mais da metade das pessoas no meu bairro e não me apaixonei por nenhuma delas. Nenhuma.
Mas okay. Vida que segue.
O livro é dividido em partes. Na terceira pessoa, todos tem a chance de contar a história pela sua perspectiva. Ronnie, Will, Steve (pai da Ronnie) e Marcus ("vilão" da história) tem suas próprias perspectivas.
E agora que eu mencionei o Marcus, o garoto que persegue Ronnie e Will, vamos falar um pouco sobre ele. Ele é obcecado por Ronnie, por achá-la atraente e , outra vez, diferente. Mas também persegue Will por algo que ele e seu amigo, Scott, fizeram.
Marcus é típico bad boy. Ele não tem casa, nem pais aparentemente. Vive do que ganha nos seus shows pela rua e tem um verdadeiro fascínio pelo fogo. Gosta de dar festas nas casas vazias e provocar incêndios, além de pequenos delitos.
E por quê? Bom, não sei. Ninguém sabe. Ele é assim e ponto.
E mais uma vez Nicholas peca em não humanizar e apresentar motivos para as personalidades dos seus personagens.
Embora a história tenha me irritado, ela tem seus pontos positivos. Primeiro, o romance e a relação que Ronnie e Will vão construindo. Embora tenha nascido do nada, da pra ver que há paixão entre eles e a gente se pega torcendo para que der certo. A relação entre Ronnie e seu irmão mais novo, Jonah, também é muito bem construída e fofa. Mesmo brigando, dá pra ver o carinho que um tem pelo outro e o quanto se importam.
Mas o que mais chama atenção é a relação dela com o pai. De início, ela ainda guarda ressentimento. Acreditando que o pai abandonou a família, Ronnie se nega a ser gentil ou até mesmo falar com ele. Acha que ele a provoca quando toca o piano e isso a irrita em proporções enormes. Mas com o tempo, os dois vão se conhecendo e acabam resolvendo tudo. Steve é aquele pai legal, que se importa e tenta não interferir demais na vida dos filhos.
Agora, um dos personagens mais legais é o Jonah. Ele é uma criança, e como qualquer criança, tem suas pérolas. A amizade que tem com o pai é maravilhosa e eu nunca o vi se zangar de verdade. Até mesmo quando tenta infernizar a irmã, conseguimos dar boas gargalhadas e o desejo de ter essa peste do lado só aumenta.
O livro segue sem muitas surpresas, até mesmo o pequeno mistério que ele traz não é mistério de verdade. A história entrega desde o início o que aconteceu e quem é o culpado, o que nos faz desanimar um pouco, confesso. Não houveram surpresas grandes. Tudo que acontece, já dava para se esperar.
Mesmo assim, consegui sentir todos os momentos do livro, então não é de todo mal. Mas acredito que essa foi a ultima vez que leio algo sobre o autor. Vou até mesmo evitar ler novamente livros antigos dele, para não quebrar a ilusão que tenho sobre eles.
A capa é bem bonita, embora eu geralmente não goste quando há pessoas na capa. As páginas são amareladas e o livro é bem grosso, mas não se engane, são apenas 400 páginas. A letra é grande e bem confortável de se ler. O ritmo da história é leve, mas às vezes me perdi na contagem do tempo.
Se você quer saber se eu recomendo esse livro? Sim, mas não acho que seria a minha primeira recomendação. Se tivéssemos uma classificação, daria 3 estrelas.
Enfim, essa foi a resenha de hoje. Comente, dê sua opinião, me crucifique por criticar seu livro/autor preferido, me dê razão, ou simplesmente compartilhe sobre o ultimo livro que leu. Esse espaço é seu, use-o da forma que quiser, mas seja gentil, ok?
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