Precisamos Falar Sobre Brooklyn 99

Eu já falei pra vocês do quanto eu sou apaixonada em séries de comédia, tanto que existe vários posts aqui no blog sobre isso e você pode dar uma chegada depois pra tirar uma prova. Certamente, é meu gênero de séries favorito. Mas a gente sabe que em mundo de sitcom é muito difícil renovar as piadas, um exemplo disso é eterna rincha entre Friends e How I Met Your Mother, que todos dizem ser é um plágio. A questão é: piadas não são fáceis e geralmente alguém já criou uma igual a sua. 

O que não se aplica em Brooklyn 99. Abordando temas difíceis, complexos, com maestria e sem serem nem ofensivos, ou tampouco sem graça, essa série vem se destacando e conquistando fãs de todo o mundo. E é justamente sobre isso que vamos falar hoje, como é necessário discutir sobre essa série e os temas que ela aborda. Vem comigo?

Eu sei que a ideia dessa coluna é discutimos temas complexos de uma forma mais proseada, mas pra ficar bem mais fácil de entender os motivos dessa série ser tão importante eu vou dividi-los em tópicos.

Antes de qualquer coisa, é válido falar que Brooklyn 99 é uma série que estreou em 2013 e traz a história de Jake Peralta, um detetive irreverente e um pouco infantil que sempre teve um chefe relapso e omisso, que deixava ele e o resto da equipe fazer o que bem entendesse, mas que agora tem que lidar com o novo capitão da delegacia, o Ray Holt, que é super rígido e não tolera bagunça. Ou seja, o cenário pra confusão está feito. 

Ela tinha sido cancelada no ano passado, mas os fãs se reuniram e conseguiram que a NBC comprasse os direitos da série. Olha o poder dessa série!

1- Curta e nada Grossa

Um dos principais pontos para se destacar aqui são o tempo dos episódios. Apesar de cada temporada ser bem longa com 20 a 23 episódios, o tempo de cada um é bem curto numa média de 20 minutos. Ou seja, da até pra assistir três episódios em cada hora. Além disso, com o tempo curto, os episódios acabam indo direto ao ponto sem enrolação. O que pra mim é um ponto pra lá de positivo.

2- Humor Leve

Eu já até falei um pouco sobre isso na introdução do texto, o humor dessa série é diferenciado sim. Apesar de ser leve, ao longo do curso essa série vem abordando assuntos um tanto espinhosos e difíceis de se fazer piada, ainda mais sem recorrer a ofensa. Coisa que Brooklyn 99 consegue fazer de uma forma majestrosa.

Suas piadas são leves e fáceis, dificilmente você vai assistir alguns minutos sem dar uma bela risada. Tanto que eu tô até proibida de assisti-la de noite pra não incomodar as pessoas aqui de casa. Difícil viu!

3- Investigações

Apesar de ser a princípio uma série de comédia, ela também uma série policial, e não deixa a desejar nesse ultimo quesito. Geralmente, cada caso dura um episódio, salvo alguns especiais que duram um pouco mais, e nele temos todo o desenrolar da investigação. Vemos cada etapa que os detetives tem que passar para resolver o caso e como eles são competentes nisso.

4- Vilões

Falando em investigações, precisamos falar de alguns personagens que roubam a cena dos nossos queridos mocinhos (ou nem tanto assim). O Abutre, Madeline Wuntch, The Pontiac Bandit, são apenas alguns nomes que vão aparecer nessa série e nos fazer rir tanto a ponto de ser difícil odiá-los.

Em especial, The Pontiac Bandit que acaba fazendo dupla com Jake em alguns episódios e nos surpreende com a química especial que rola entre os dois. Mas é claro, ele é um bandido, um dos caras maus, então é ainda mais engraçado ver Jake ter que se lembrar disso para tentar não gostar do cara.

5- Representatividade

Uma coisa tão importante e que pouquíssimas vezes vemos em séries, ainda mais em comédias, é a tal da representatividade. Brooklyn 99 já começa bem quando traz um capitão - ou seja, a autoridade máxima na maioria dos episódios - negro e gay. Dois coelhos numa cajadada só. Além disso, ela ainda traz como um personagem não estereotipado. Nem transforma num personagem negro que, ou é a vitima ou o cara mau da história, e nem nos mostra um personagem gay que está ali apenas para aparecer na forma mais espalhafatosa de todas ou para servir as mulheres da série. 

E claro, a série ainda aproveita temas como esse para mostrar sim que tem como ser politicamente correta e ainda nos arrancar boas gargalhadas.

6- Na Contra Mão

Brooklyn 99 não inova apenas na representatividade bem feita, mas também na forma como mostra as mulheres da série. São elas as mais temidas, especialmente Roza Dias, nadando na direção oposta de outras séries que apostam esse gênero como sexo frágil.

Elas são respeitadas pelos outros personagens homens e são muito bem desenvolvidas ao longo da série. Tanto Amy, a mais certinha e metódica de todos, como Rosa, a feroz e temível, tem outras qualidades que ou complementam sua personalidade como também são oposta ao que esperavámos.

7- Capitão Holt

Eu sei que já falei dele, mas esse personagem é muito importante para aparecer apenas uma vez. Holt é tipico chefe que não aceita insubordinações e é extremamente rígido. Era de se esperar que ele fosse frio, certo? Nem tanto.

Não são raros os momentos em que o vemos como alguém até que paternal, ainda mais quando se trata de Jake, o típico eterno rebelde. Além disso, todos ali formam uma família e isso não difere quando se fala do capitão.

Ele não é um personagem gay e negro colocado na série apenas para fazer esse "papel", ele tem níveis, desenvolvimento, um passado um tanto triste, mas que o humaniza quando fala sobre as dificuldades que ele teve ao subir na sua carreira. 

Sem falar na sua falta de expressão (bem Kristen Stwart como Bela) e nas vezes em que ele se "solta".

8- Terry Jeffords

Sim, existe outro personagem como motivo pra assistir a série. Supere!

Terry Jeffords é interpretado por... Terry Crews. Então é de se esperar um personagem másculo, viril, um tanto grosso e mais distante dos outros emocionalmente, certo? Errado. Terry é tudo, menos frio. Alias, ouso dizer que ele é um dos mais sensiveis da série, ainda mais quando se fala da sua familia.

Nandando na direção oposta do que é ser um homem másculo, Terry nos ensina que masculinidade não tem nada a ver com força brutal ou a não demonstração de emoções. O que se torna outro ponto positivo na série, nenhum dos personagens principais tem uma masculinidade tóxica.

9- Halloween

O ultimo, mas não menos importante motivo, vem em forma de data comemorativa. Eu explico. Essa data, que tem um peso grande na cultura dos Euas, é bem retratada quando logo na primeira temporada Jake lança um desafio: os detetives da 99 deverão "roubar" um item escolhido por eles que estará a vista de todos até a meia-noite daquele dia. O detetive que conseguir o feito, será nomeado o Detetive Supremo/Gênio (Ultimate Detetive/Genius).

E isso vira uma espécie de tradição ao longo das temporadas, que vem sempre de uma forma inovadora e surpreendente. E os roubos são muito bem elaborados, devo dizer.

Bom gente, essa foi a lista que me propus a fazer. Existem sim outros motivos para ilustrar o quanto essa série é maravilhosa, mas isso demandaria muito tempo e vocês sabem que se deixar eu fico aqui até amanhã falando. Ou escrevendo. 

Se você ainda não se convenceu- bom você tem um coração de pedra - deixo aqui um pequeno vídeo para mudar a sua opinião.

Gostaram do tema de hoje? Já conheciam ou tinham assistido essa série? Comentem aqui embaixo e vamos fazer dessa conversa um diálogo.