Mais uma vez estamos todos reunidos, ansiosos para a resenha que nos reserva. Tenho que dizer, o ultimo mês foi terrível. Quase não li nada e o que li, sinceramente, não achei que merecia uma resenha aqui.
Por isso, estou tentando ler mais. Voltar a ter o meu espaço de lazer, que andava tão minúsculo.
E é com muita felicidade que venho até vocês dizer que a resenha de hoje é sobre O Doador de Memórias!
Título: O Doador de Memórias
Título Original: The Giver
Série: O Doador
Autora: Lois Lowry
Editora: Arqueiro
Páginas: 194
Nem vou perguntar quantos de vocês já ouviram falar sobre esse livro. Por um bom tempo, só se falava sobre o filme e o quanto genial ele tinha sido.
Não assisti o filme, eu confesso.
Mas se ele for apenas metade deste livro, já vale a pena assisti-lo.
Antes de irmos para a sinopse, já vou logo avisando; se você não curte spoilers, pule essa parte.
Sinopse: Ganhadora de vários prêmios, Lois Lowry constrói um mundo aparentemente ideal onde não existe dor, desigualdade, guerra nem qualquer tipo de conflito. Por outro lado, também não existe amor, desejo ou alegria genuína. Os habitantes da pequena comunidade, satisfeitos com suas vidas ordenadas, pacatas e estáveis, conhecem apenas o agora - o passado e todas as lembranças do antigo mundo foram apagados de suas mentes.
Uma única pessoa é encarregada de ser o guardião dessas memórias, com o objetivo de proteger o povo do sofrimento e, ao mesmo tempo, ter a sabedoria necessária para orientar os dirigentes da sociedade em momentos difíceis. Aos 12 anos, idade em que toda criança é designada à profissão que irá seguir, Jonas recebe a honra de se tornar o próximo guardião. Ele é avisado de que precisará passar por um treinamento difícil, que exigirá coragem, disciplina e muita força, mas não faz ideia de que seu mundo nunca mais será o mesmo.
Orientado pelo velho Doador, Jonas descobre pouco a pouco o universo extraordinário que lhe fora roubado. Como uma névoa que vai se dissipando, a terrível realidade por trás daquela utopia começa a se revelar.
"Memórias não são apenas sobre o passado. Elas determinam o nosso futuro. Você pode mudar as coisas e fazer tudo melhor."
Quando eu escolhi ler esse livro, eu não tinha a menor ideia do que ele me reservava. Já havia ouvido falar do filme, mas muito pouco. Também não li a sinopse, para manter todo esse suspense. Foi a melhor coisa que eu fiz.
Não ouve muitas expectativas, mas acredito que ele ainda as superaria se elas existissem.
Esse é um daqueles livros que nos instiga a ler cada vez mais, sempre despertando uma pergunta, uma questão que nunca havíamos nem pensado em considerar.
O protagonista, um garoto de 11/12 anos vive num mundo completamente diferente do nosso. Não há dor, sofrimento, preconceito ou desigualdade. Todos são exatamente iguais. Vivem do mesmo jeito, na mesma comunidade, no mesmo sistema. E, como formigas, cada qual tem a sua função.
A sociedade é muito bem organizada. Há cerimônias a cada ano. No primeiro, os bebês são enviados para os seus futuros lares. Na cerimônia dos Noves, as crianças ganham bicicletas, simbolizando sua liberdade para andar pela comunidade. Mas a mais importante é a dos Doze, quando são escolhidas as funções para cada criança que, agora, se torna um adulto.
Como todos os outros, Jonas se senti apreensivo. A cerimônia está chegando, o mês de dezembro está cada vez mais próximo e ele não consegue imaginar qual será sua atribuição. O receio de que escolham errado o assusta, mesmo que isso seja difícil de acontecer. Tudo é muito bem pensado em planejado nesse mundo, de modo que erros são raros.
“Como seria possível alguém não se adaptar? A comunidade era tão meticulosamente organizada, as escolhas eram feitas com tanto cuidado!”
Quando dezembro finalmente chega, os sentimentos de Jonas ficam ainda mais fortes. Seu amigo Asher foi designado para ser Diretor-Assistente de Recreação. Fiona, outra amiga, recebeu a atribuição de Curadora de Idosos. Mas, ao chegar a sua vez, ele foi pulado. Simplesmente passaram para o próximo. A confusão ficou ainda ainda maior a medida que os outros eram chamados, normalmente, sem que ninguém pensasse ter algum erro.
No final, ele descobre que isso foi feito de próposito, para deixá-los curiosos. E, enfim, Jonas recebe sua designação: Recebedor de Memórias.
Ele nunca havia ouvido falar disso antes.
Agora, todos os dias depois da aula, ele passava suas tardes com o Doador de Memórias, um ancião que iria prepará-lo para sua função.
"O que me concederam, o que possuo, é uma grande honra. Você vai descobrir que isso não é o mesmo que ter poder!"
O mundo de Jonas é perfeito por um motivo, foi escolhido que fosse assim. Não queriam que existissem dor, com isso o prazer também se foi. As diferenças não era bem-vindas, então tudo se tornou cinza e igual. Todo o mundo como o conhecemos, foi modificado. E isso aconteceu há tanto tempo que eles nem ao menos se lembram de como costumava ser antes.
Por isso, existe o Recebidor de Memórias, para que as lembranças não se percam.
"- [...] A questão é que, sem a memória, nada disso tem sentido. Entregaram esse fardo a mim. E ao Recebedor anterior. E ao que havia antes dele.
- E ao anterior do anterior do anterior- completou Jonas, repetindo a frase que ouvia sempre."
Ninguém se lembra do passado. Não há memorias. Há apenas lembranças do agora, do que cada um viveu. Só é permitido que o Doador tenha livros, mais ninguém. Em toda sociedade, só existe uma pessoa para guardar o passado, a parte boa e a parte ruim. E este é um fardo difícil de se carregar.
O livro é simplesmente genial. A ideia central, a trama, é meticulosamente arquitetada e pensada. Cada pequena palavra, cada vírgula colocada, tem um porquê. A narrativa nos desperta o interesse e não nos deixa parar até que tenhamos acabado. Jonas é curioso e isso é um fator que impulsiona a história. As perguntas dele faz com que a narrativa flua no ritmo certo. E, ao mesmo tempo, faz com que façamos as mesmas perguntas.
Sempre reclamamos do nosso mundo, do nosso sistema. Existem muitas coisas que concordamos e outras que simplesmente aceitamos. Mas será que viver de outra maneira seria bom?
As outras distopias que eu li traziam mundos mais caóticos que esse. Jogos Vorazes e Laranja Mecânica estão ai para confirmar isso. Mesmo assim, até mesmo sob o controle do Grande Irmão, as pessoas ainda questionavam. Silenciosamente, mas questionavam.
Em O Doador de Memórias não vemos isso.
As pessoas não questionam porque o mundo é da forma que ele é. Não há perguntas, apenas comandos e obrigações que devem ser cumpridas.
Mas elas fazem isso porque não conhecem uma outra forma. Se alguém vive sempre no escuro, a existência da luz é praticamente um absurdo.
Quando Jonas descobre o passado, descobre junto um leque de opções. Não existe mais apenas sim ou não, o talvez e o se passam a fazer parte do seu mundo.
Ele começa a questionar e a história de "é assim há muito tempo e provavelmente sempre será" o irrita. Ele não aceita que haja apenas uma opção, que tenha que aceitá-la querendo ou não.
Mas ele é um garoto de doze anos. O que poderia fazer?
Eu já falei de muitos livros aqui. Já indiquei vários. Mas se eu pudesse indicar um, apenas um, eu indicaria esse. Toda a história nos instiga a questionar, a não aceitar apenas porque isso que nossos antepassados faziam. Ela muda nosso pensamento, nossa maneira de ver o mundo.
Leiam. Depois voltem e digam o que sentiram. Esse livro merece ser comentado.
" - Poderia haver amor - sussurrou Jonas."
Olá Camila
ResponderExcluirEu gostaria de poder fazer essa leitura também. Adorei poder ler seus comentários por aqui, especialmente por ser de uma obra que chama tanto a minha atenção. Essa questão de questionamentos e afins me intriga bastante. Obrigada pela indicação.
Beijos, Fer
www.segredosemlivros.com
Olá. Fico feliz por estar conseguindo voltar a ler. Amei sua resenha e pretendo ler o livro em breve
ResponderExcluirOlá,
ResponderExcluirJá li a obra, mas também ainda não assisti a adaptação cinematográfica e concordo com você que se ele for metade do livro já vale a pena. Ele nos faz refletir sobre alguns pontos bem interessantes.
O enredo é muito envolvente e consegui ler rapidamente. Estou muito ansiosa para ler a continuação, mas ainda não consegui.
http://leitoradescontrolada.blogspot.com.br/
Waaaaaa, amei ler sua resenha! Diferente de você, só assisti ao filme. E, confesso, embora interessante... não me senti realmente envolvida o suficiente para ler o livro. Sua resenha me empolgou! Me fez notar que o livro certamente é muito melhor, mais aprofundado, mais consistente. Acho que vou adorar acompanhar os conflitos do personagem, especialmente por ser um dos únicos que está disposto a questionar o inquestionável.
ResponderExcluirBeijos!
www.myqueenside.com.br
Olá amore,
ResponderExcluirAinda não tive o prazer de ler esse livro... mais sim, já vi e ouvi muitos comentários sobre ele... e já está em minha lista de futuras aquisições.
Tão gostoso ler um livro sem saber o que esperar né!!!
Que bom tenha gostado!
Gostei muito dessa parte de sua resenha: Sempre reclamamos do nosso mundo, do nosso sistema. Existem muitas coisas que concordamos e outras que simplesmente aceitamos. Mas será que viver de outra maneira seria bom?
Me faz pensar muito sobre aquela frase – a grama do vizinho é mais ver neh... só que não!!!
Beijokas!
Heey, tudo bem? Por um tempo realmente as pessoas falaram bastante desse livro, especialmente na blogosfera. Eu ainda não li, mas sua resenha já conseguiu me deixar imensamente curiosa com a leitura. E essa premissa é mesmo genial! Espero ler logo e gostar tanto quanto você.
ResponderExcluirAmei a resenha!!!
Beijos
Olá ♥
ResponderExcluirJá vi vários comentários perante a esse livros desde negativos até positivos.A premissa do livro é muito instigante e te deixa sedento por mais e mais. Lendo sua resenha percebi o quanto você gostou do livro, eu não assisti o filme nem li o livro, mas pretendo ler o livro para compreender melhor antes de assistir o filme ♥ Beijos
Oi, tudo bem? Eu fui ao cinema assistir um filme que não me recordo qual era e vi o trailer do doador de memórias e sai do cinema e fui direto em uma livraria comprar o livro. Mas ao contrário de você eu não gostei nem um pouco do desfecho pois queria saber mais do que acontece com o Jonas e o bebê. E por mais que tenha outros livros da série eles nem são mencionados. Isso me frustrou.
ResponderExcluirBj
Olá Camila,
ResponderExcluirQue bom que você achou o livro genial.
Ainda não fiz a leitura, mas acho a ideia de as pessoas não terem lembranças uma coisas inusitada e bem interessante. Achei muito legal você ter escolhido esse livro dentre tantos que já leu.
Acredito que tenho que tirar ele da estante, bater o pó dele e ler, pois vou me surpreender.
Beijos,
Um Oceano de Histórias
Olá.
ResponderExcluirAchei a resenha bem feita e guardei o nome do livro aqui para ler. Parece ser fantástico.
Bjinhos!
Kátia Caruso
Caminhando Entre Livros
Http://www.caminhandoentrelivros.com.br
Eu não cheguei a ler o livro, vi apenas o filme, ao qual gostei muito. Pelo que pude ler na sua resenha o livro está bem melhor. Esta parte de não ter memórias mexeu comigo. Já pensou não saber das coisas passadas?
ResponderExcluirBjs!
Oi!
ResponderExcluirTambém não vi o filme e ainda estou esperando para ler o livro e já ouvi e li excelentes comentários sobre ele.
Tenho a continuação dele, "A escolhida", o que me estimula mais ainda a ler O doador de memórias. Sou convicta que esta é uma das poucas historias que vou me apaixonar intensamente.
Obrigada pela resenha e por este livro ser uma indicação certa se pudesse indicar apenas um!
Nunca li o livro, mas sua resenha me deixou com muita vontade de lê-lo. A história é bem original e que ótimo que não há furos e tudo é justificado, achei bem interessante a ideia central sua indicação está anotada!
ResponderExcluirhttp://www.virandoamor.com/
Olá,
ResponderExcluirNão li o livro ,mas vi o filme e gostei bastante da adaptação. Não sei se a opinião de quem leu a história é a mesma, mas em suma gostei da história e toda a premissa é bem impactante, fiquei sabendo que há mais livros na série, o que me deixa com vontade de iniciar a leitura.
Abraços
Cá Entre Nós
Confesso que quero assistir o filme e ler o livro, mas nunca li a sinopse rsrs agora percebo que essa foi a melhor escolha, fico feliz em saber que mesmo que você tivesse muitas expectativas elas seriam superadas, e esse é o meu caso. Fiquei curiosa para saber mais sobre a sociedade e o passado dos personagens.
ResponderExcluirOi, tudo bem?
ResponderExcluirEu não costumo ler livros assim, mas tenho curiosidade em conhecer essa história. Acho bem interessante toda essa sociedade criada pelo autor e gostaria de saber mais, logo pretendo ler um dia o livro. Além disso, gosto do fato de que é um livro que nos faz questionar as coisas. Enfim, parece ser uma leitura muito bacana mesmo.
Beijos :*
Olá!
ResponderExcluirEu já tinha ouvido falar desse livro e filme mas nunca tive a oportunidade de conferir. Gosto muito de distopias e essa me chamou a atenção ainda mais por ter um protagonista tão novo assim, achei muito interessante. Vou conferir em breve.
Beijos.
http://arsenaldeideiasblog.wordpress.com/
Oie!!!
ResponderExcluirGostaria de te parabenizar pela resenha! Essa foi a melhor resenha que eu li sobre ese livro até hoje, pois além de você comentar sobre a história você a comparou com outras e inclusive avaliou se as ações da personagem são realísticas.
Eu assisti o filme e achei bem interessante e pelo descrito em sua resenha acredito que ele foi bem fidedigno com o livro. Vale a pena você assistir!
Valeu pela dica!
Bjinhos ;)
Elaine M. Escovedo
Caminhando Entre Livros
Http://www.caminhandoentelivros.com.br
É muito chato quando não conseguimos encontrar tempo para as nossas leituras, né? Eu fico muito ansiosa quando isso acontece. E eu também prefiro nem fazer resenha quando o livro deixa muito a desejar. Gostei muito da premissa do livro, e sua resenha me deixou muito intrigada, afinal, se pudesse indicar apenas um, indicaria esse, deve ser mesmo muito bom. Dica anotada!
ResponderExcluirTatiana