Somos escritores.
Escrevemos quando nos sentimos com dúvida. Escrevemos quando estamos confusos. Escrevemos quando os sentimentos são muito fortes, quando sentimos que estamos nos afogando nas emoções. Escrevemos.
Escrever é a solução para tudo.
Soluciona os problemas, o tédio, o medo, a vergonha, a dor do amor. Soluciona a desilusão, a solidão, o terror.
Não existe outro remédio melhor para nós do que papel e caneta.
É isso que fazemos. É isso que somos.
Mas somos também humanos.
Temos falhas, medos, pesadelos. Sentimos receio de mostrar nossa escrita, de surgir críticas, de alguém não gostar. Nos encondemos debaixo de pilhas de papel, debaixo dos nossos personagens, das nossas histórias.
É normal.
Raramente achamos que estamos fazendo um bom trabalho. O perfeccionismo é um peso difícil de se carregar. Um vilão. Uma ajuda. Nem sempre sabemos como lidar com ele.
Há também o bloqueio, maldito seja quem o inventou. O pensamento trava, as idéias não vem. Nada sai da ponta da caneta, apenas rabiscos, rabiscos, nenhuma história.
Mais uma vez, sentimos medo de que seja fatal. Que o dom tenha sido retirado. Que tenhamos perdido a capacidade de escrever. Nada mais faz sentido agora.
Mas somos dramáticos acima de tudo.
Nenhum problema é permanente. Todos tem uma solução.
Como já dizia minha mãe, só não há solução para a morte. De resto a gente se vira.
Deveria ter escutado mais.
Quem sabe assim, o drama não me preenchia, não me afogava. Eu não me assustaria com o bloqueio, não temeria a opinião alheia, abraçaria o perfeccionismo.
Somos escritores. Somos humanos. Somos vulneráveis. Mas, acima de tudo, somos esperançosos.
Negamos a dizer em voz alta, mas sempre temos a esperança de que o nosso dia chegará. De que um dia, nossos livros serão publicados, vendidos, amados.
Não queremos fama. Não queremos nossos nomes em holofotes.
Queremos apenas que nossos livros sejam lembrados. Que nossos personagens sejam amados. Que nossas histórias sejam passada de geração em geração.
Queremos ser reconhecidos.
Somos humildes. Mas temos nossos sonhos. E somos arrogantes quanto à eles.
É confuso, talvez você mal esteja entendendo o que estou a lhe dizer. Mas você vai. Quando sentir dentro de si, sentir com todo seu coração que ama escrever, que ama inventar histórias, que quer um dia entrar numa livraria e vê seu livro ali. Quando sentir isso, entenderá o que estou dizendo.
Somos muitos, mas parecemos tão pouco.
Somos um iceberg. Só pouco de nós podem ser visto na superfície.
Mas tudo bem. Não desistimos. Lutamos. Perseveramos. Esperamos.
E talvez, só talvez, sejamos agraciados com essa sorte.
Eu sou uma escritora. Amadora. Sem nenhuma história publicada. Ainda não tenho nome algum. Mas eu espero. Pacientemente, eu espero.
Eu tenho minhas ideias e faço o possível para que elas virem histórias. Histórias boas, verídicas, inspiradoras. Eu tento com todas as minhas forças. E só quem faz o mesmo que eu sabe que não é fácil.
Temos dúvidas, dúvidas estúpidas e idiotas, sobre gramática e ortografia. Quando estamos criando, parece que todas as regras nos fogem a cabeça. Temos dúvidas sobre a nossa escrita, como deve ser, se está boa o suficiente. Temos dúvidas sobre os personagens, sobre como eles podem ou não ser. Às vezes, somos como pais inexperientes, tentando podar aquilo que nunca poderia ser podado. Às vezes aprendemos e deixamos que nossos personagens sejam livres. Ás vezes cometemos erros... e pagamos à prestação por eles.
Não é fácil. O dom é natural, mas a lapidação é árdua e demorada.
Talvez eu ainda não tenha lapidado o suficiente. Tenho quase certeza disso. Talvez eu ainda não tenha alcançado o auge da minha escrita e desenvolvê-la vai me custar tempo, paciência e muita criatividade. Mas tudo bem, também.
É pra isso que estamos aqui.
Todos nós.
Para aprender e evoluir. Nós evoluímos. Nossas escritas também. É natural.
É bom que ainda não tenhamos evoluído o bastante.
Assim não temos motivos para parar.
Continuarei escrevendo, enquanto minha alma clamar por isso, enquanto eu não estiver satisfeita. Escreverei o máximo possível de minhas horas. Papel e caneta serão inseparáveis para mim. Escreverei. E esperarei.
E se não acontecer, se eu nunca acontecer, pelo menos eu tentei.
Oii Camila, tudo bem?
ResponderExcluirÉ sempre bom quando temos a oportunidade de conhecer com quem a gente lida, acompanhada e conversa, adorei ter tido essa oportunidade de te conhecer melhor, seu texto ficou incrível.
Beijinhos
Que texto lindo, adorei! beijos
ResponderExcluirOi, adorei seu texto, me identifiquei muito com ele, porque também sou uma escritora, só que amadora, ainda não tenho nada publicado, mas tenho coisas escritas, guardadas, que pretendo um dia publicar e ter alguém que queira ler e apreciar o que eu escreva. E concordo com você, escrevemos para pôr tudo que está dentro de nós para fora, seja bom ou ruim. Adorei a postagem.
ResponderExcluirbjus
Oie!!!
ResponderExcluirÉ muito bom a gente conhecer mais as pessoas não é mesmo??
Adorei o seu texto, não sou uma escritora de fato, mas tento hahaha e o que você disse é a mais pura verdade... eu não escrevo para os outros, apesar de secretamente ter esse desejo, talvez... mas eu escrevo principalmente quando estou mal e preciso colocar isso para fora.
beijos
Mayara
Livros & Tal
Que linda a postagem Camila <3
ResponderExcluirVocê escreveu muito bem sobre o assunto. É impossível não se identificar com pelo menos algumas das palavras :)
E realmente, escrever é a solução para tudo <3
Beijoooos
http://profissao-escritor.blogspot.com.br/
Camila, como você escreve bem!
ResponderExcluirAmei o texto, muito lindo mesmo!
Confesso que me identifiquei, amo escrever!
Parabéns, pela linda e inspirada postagem!
Beijos!