Hello
people!
Hoje
como todo mundo sabe é dia de falarmos sobre os nossos escritores favoritos.
Considero isso tão importante, que até pausei o episódio de Grey's Anatomy para
vim falar com vocês. E pra me recompor também, é claro. Não é fácil chorar três
episódios seguidos.
Como
eu sou masoquista ao extremo, vim falar hoje com vocês sobre um escritor que tenho
em mais alta conta. Ele não foi o meu primeiro escritor, isto ficou para Pedro Bandeira, mas foi um
dos primeiros que me fez ter certeza de que eu deveria tentar ser escritora.
Se
não deu pra perceber, eu sempre tento falar com vocês da forma mais informal e
mais divertida. É verdade que eu sou péssima com piadas, faço até dupla com
aquele tiozão das festas metido à engraçadão. Mas eu tento.
Um
dos escritores que me levou para esse lado mais piadista foi Sérgio Klein. Ele
escreve com uma leveza, como se conversasse com um amigo íntimo e seus
personagens são sempre engraçados. Seja isso de proposito ou não.
Mas
vamos parar de encher linguiça e bora saber mais sobre Sérgio Klein!
Nascido
em 7 de julho de 1963, infelizmente o autor não está mais entre nós. Vítima de
uma infecção generalizada, Sérgio Klein nos deixou em 3 de julho de 2010. Sim,
faz seis anos que a literatura brasileira perdeu um dos maiores nomes que já
existiu.
Seu
nome de batismo era Sérgio Rocha Kleinsorge e ele nasceu em Belo Horizonte.
Escrevia desde os 15 anos, mas só teve seu primeiro livro publicado em 2000,
onde adotou o nome artístico de Sérgio Klein na obra Ultimo Desejo.
Como
alguns escritores que já vimos antes, ele não se jogou de cabeça na carreira de
escritor. Primeiro tentou estudar Engenharia, certo de que este era o caminho
certo à percorrer. Mas logo se arriscou em Comunicação Social (Jornalismo), já
que a literatura não saia da sua cabeça.
Seu
grande sucesso infanto-juvenil foi Poderosa - o diário da garota que
tinha o mundo na mão. Meu livro favorito junto com grande parte da
população de leitores. O livro contava a história de Joana Dalva, uma garota
que possuia o incrível poder de tornar realidade tudo que escrevia com a mão
esquerda.
É
importante tomarmos conhecimento de que Sérgio Klein gostava de contos de
fadas, mas os achava fantasiosos demais.
“Não dispomos de reis, príncipes,
castelos, dragões. Temos a Amazônia, a maior floresta encantada do planeta, mas
nem sempre nos lembramos de usá-la como cenário”
Foi
isto que o motivou a criar histórias mirabolantes, mas com cenários
realísticos, onde o leitor pudesse ter facilidade em se identificar.
É
verdade que seu publico era, na maioria, constituído de meninas. Ele tinha uma
grande facilidade de se comunicar com elas, quer dizer, nós. O que me
surpreende, entretanto, não é que ele tenha ousado em se comunicar diretamente
com meninas. Muito menos o fato de seus personagens principais serem, quase
sempre, meninas. Nada disso. O fato que me despertou o interesse foi que ele
conseguia fazer com que seus personagens femininos fossem genuínos. As meninas
pensavam como meninas, agiam como meninas. Não eram baseadas em esteriótipos,
mas também não chegavam a ser o extremo oposto.
Isso
é difícil até mesmo para os grandes autores. Pedro Bandeira que me desculpe,
mas nem mesmo ele conseguiu tal proeza. Suas personagens eram meio
estereotipadas e tinham uns pensamentos... Deixa em off. Mas Pedro, ainda te
amo.
Sérgio
obteve o primeiro lugar no Concurso Nacional de Literatura na cidade de Belo
Horizonte, em 2002, com o volume de contos Palavras Cruzadas.
Achou
pouco? Então espera ai.
Ele
recebeu o Prêmio Casa da America Latina conferido
pela Radio France Internacionale, de Paris.
E
o primeiro livro da série Poderosa (indicada para
o prêmio Jabuti) teve os direitos
vendidos para o cinema e foi lançado na Espanha, na Galiza, no México, na Bulgária e
na Itália.
Mesmo
já tendo, como escritor, um retorno invejável para os parâmetros desse nosso
País, que tão pouco valoriza a cultura, paralelamente à intensa atividade de
criação literária, Klein trabalhava na Receita Federal do Brasil desde 1900 e
bolinha.
Por todos é tido como um ser humano extraordinário, porém humilde. Mesmo com tanto sucesso, acreditava ser único, apenas mais um neste mundão. Realmente, é muito difícil acreditar que ele de fato tenha existido. Klein era mais personagem que homem.
Ele acreditava no poder transformador da palavra e isso fica bem claro quando conhecemos Joana Dalva, que compartilhava seu amor pela escrita e histórias mirabolantes.
"Se fosse entrevistada eu diria que comecei a escrever com a
humilde pretensão de criar histórias que divertissem os leitores ─ entre os
quais, naturalmente, estou incluída. Na verdade, sou a primeira da fila. (...) Só então descobri que a literatura podia mudar o mundo ─
pelo menos, a minha literatura."
(Poderosa 2)
Além da série Poderosa, o autor escreveu também A Menina que era uma Vez, A Menina que era outra vez, Tremendo de Coragem, Tempo sem Tampa, Gêmeos descolados,entre outros.
Antes de finalizar, gostaria de deixar claro aqui a admiração que tenho por este homem. Ele não foi apenas um escritor, ele é para mim uma inspiração. O seu jeito humorado e humilde é genuíno. É triste saber que ele não está mais entre nós. O que não significa que ele não seja eterno. Ele é. Através de seus livros, de suas histórias estranhas e loucas. Não podemos nunca nos esquecer delas. Por mais que sejam infantis e achemos que somos grande demais para elas, não somos. Ainda há crianças levadas dentro de nós, crianças que podem ser alimentadas com seus livros.
Não vamos deixar que elas morram. Não deixe as histórias serem esquecidas, apagadas pelo tempo.
Mas é claro que, se tratando de Sérgio Klein, isto é impossível de acontecer.
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